quinta-feira, julho 20, 2006

Thicker Than Water














Obs.: Imagem roubada do perfil de um norueguês no MySpace. A internet é maravilhosa.

Cara, tenho uma certa fixação pelo surf. É algo estranho e vejo que parece alguma mensagem subliminar que me passaram. Nunca consegui ficar em pé em cima de uma prancha. Na verdade, poucas vezes toquei uma prancha de surf. Minhas tentativas de usar uma bodyboard me renderam caldos (que eu chamava de caixotes) e assaduras que ainda ecoam na minha lembrança. Mas algumas das minhas memórias de infância mais importantes são passar os verões inteiros perto do mar, assistir "Armação Ilimitada" e ouvir "Garoto eu vou pra Califórnia/Viver a vida sobre as ondas..". Bem anos 80.

Sou fascinada. Não consigo me conter. Dia desses, num desses dias frios típicos do sul, comprei o DVD do filme "Thicker than Water", dirigido pelo Jack Johnson. É fascinante: as imagens aquáticas, a música,... encantador. O filme é só isso. Uma coleção de filmagens do JJ e sua trupe (irmãos Malloy, que dirigem os seus clipes nos dias de hoje, e mais uma galerinha) em surftrips pelo mundo. Dá uma inveja danada! Fora que os amigos chegados que saem mundo afora surfando são os mais normais possíveis, sabe? Um deles é SÓ o "tudo-de-bom" do Kelly Slater. Esse então, além de lindo, barbariza*!!!

Sei lá, sabe. Não dá pra entender ou então é tudo muito óbvio. O cara** pelo qual eu fui mais apaixonada só conseguia conversar seriamente quando o assunto era o surf. Sou um tanto masoquista e tenho certa saudade dos nossos papos. Principalmente da cara dele ao ver que, apesar de cientista, eu não era tão desinformada assim sobre o esporte. Bons tempos aqueles. Saudade do que não aconteceu.

Mas acho que meu fascínio tem mais a ver com meu ideal de vida: achar um JJ jeitoso e que me ache jeitosa também, fazer umas crianças e dormir embaixo do céu estrelado, ouvindo o som do mar, nas noites muito quentes de verão. Ai, ai...


*Gíria surfer velha bagarai.
** Não consigo conter meu sorriso triunfante e saudoso ao ouvir "Surfista Calhorda" da banda punk gaúcha Replicantes (mais uma vez, os anos 80). A letra é um esculacho se contada para um surfista e tocou em um dia decisivo para a finada relação. Salve Wander Wildner!!!

Tempo Perdido

Algo estranho permeia a minha vida: a música "Tempo Perdido" do Legião Urbana sempre toca quando algo importante em minha vida acontece. É tipo a música incidental nas "quebradas-de-cara" do Dawson no finado seriado "Dawson's Creek".

Algo muito sinistro....

Basta ficar um tanto macambúzia e lá está ela, a música.

Hoje não foi diferente. Estou muito pensativa, tensa, coisas dos neuróticos que estão próximos dos 30 anos de idade como eu. Entro nas minhas crises existenciais, choro horrores, saio de casa, me divirto, me fortaleço, subo aos céus e depois volto à reles mortalidade. Me sinto em meio a um formigueiro de gente, lidando com falácias, lugares comuns, atos altruístas, carinhos... tudo num mesmo lugar e momento.

Acho que nós, pobres humanos, estamos perdidos em tudo. Não sabemos a onde vamos, o que realmente fazemos, nada. E eu, que achava que minhas crises existenciais, se abrandariam, hoje desconfio que muito me enganei. O melhor da passagem do tempo, de virar adulto, é ter alguma vida própria, individualidade. Por mais horrível e egoísta que seja, a individualidade é algo que pode trazer algum e inestimável prazer. Mas é algo como marturbação: ter sempre o mesmo e conhecido parceiro fica um tanto chato.

O pior mesmo é sentir a passagem do tempo. O tal "Tempo Perdido". Cada dia mais entendo a dor do Renato Russo ao cantar o verso "Somos tão jóoooooovens...". E a letra é uma puta poesia!!!

Legião Urbana - Tempo Perdido

Todos os dias quando acordo,
Não tenho mais o tempo que passou
Mas tenho muito tempo:
Temos todo o tempo do mundo.
Todos os dias antes de dormir,
Lembro e esqueço como foi o dia:
"Sempre em frente,
Não temos tempo a perder".
Nosso suor sagrado
É bem mais belo que esse sangue amargo
E tão sério
E selvagem.
Veja o sol dessa manhã tão cinza:
A tempestade que chega é da cor dos seus
Olhos castanhos
Então me abraça forte
E diz mais uma vez
Que já estamos distantes de tudo:
Temos nosso próprio tempo.
Não tenho medo do escuro,
Mas deixe as luzes acesas agora,
O que foi escondido é o que se escondeu,
E o que foi prometido,
Ninguém prometeu.
Nem foi tempo perdido;
Somos tão jovens

Ahá!!!


Agora, quem diria, virei "loura de farmácia" graças a "mechas" (é o nome da moda) cor de cobre em meus curtos cabelos negros. E, olha, sempre relutei veementemente clarear a cabeleira. Confesso que ficou bem bacana e valeu a pena a grana empenhada no look.

Mas algo que não consegui aceitar tão bem foi alisar os cachinhos. Alisei e queria raspar a cabeça pra tirar aquela "peruca chinesa" que eu parecia usar. Nada contra as madeichas em estilo oriental, que acho lindíssimas, mas eu fiquei igual à Maga Patalógica! E no pior sentido! Descobri que ter cabelo muito liso é muito ruim pois a cara é sempre a mesma e não dá pra prender nada!

Fico então com os cachos, agora ligeiramente acobreados. E cheia de presilhinhas.