quarta-feira, junho 30, 2004

Admiro Homens que Escrevem Coisas Assim

O texto a seguir me foi enviado como tendo sido escrito por Afonso Romano de Sant'Anna.

A mulher depois que ama
Affonso Romano de Sant'Anna

Uma coisa especial ocorre com a mulher depois que ama.
Reparem, estou dizendo: depois que ama.
Não estou me referindo a ela enquanto está no ato do amor.
Disto se pode falar também, e a literatura a partir do romantismo e depois o cinema, modernamente, já tentaram de várias formas simular na relação amorosa como a mulher suspira, se contorce, desliza as mãos e entreabre a boca do corpo e da alma.
Mas, quando digo "depois que ama", refiro-me ao estado de graça que a envolve após o gozo ou gozos, e que perdura horas e horas e às vezes dias.
Fica macia que nem gata aos pés do dono.
Mais que gata, uma pantera doce e íntima.
Sua alma fica lisinha, sem qualquer ruga.
A vida não transcorre mais a contrapelo. Desliza.
Ela tem vontade de conversar com as flores, com os pássaros, com o vento.
Sobretudo, descobre outro ritmo em sua carne.
É tempo do adágio, de calma e fruição.
Neste período, aliás, o tempo pára.
Em estado de graça ela se desinteressa do calendário.
O cotidiano já não a oprime.
É a hora de uma ociosidade amorosa.
O fato é que a mulher nessa atmosfera sai do trivial, se agiliza e glorificada, pervaga pela casa.
O homem, animal desatento, às vezes não se dá conta.
Em geral, nunca se dá conta.
Ou dá-se conta nos primeiros minutos após o ato de amor, e depois se deixa levar pela trivialidade, deixando-a solitária em sua felicidade clandestina.
Na verdade, ela sobrepaira ao tempo, está adejando em torno do amado, que deveria suspender tudo para sentir desenhar-se em torno de si esse balé de ternura.
Deveria o homem avisar ao escritório: hoje não posso ir, estou assistindo à reverberação do amor naquela que amo.
E como isto se assemelha à floração rara de certas plantas.
Os amados deveriam interromper tudo: seus negócios e almoços e ficarem ali,prostrados, diante da que celebra nela o que ele ajudou a deslanchar.
Já vi algumas mulheres assim.
Era capaz de pressentir a 115 m que elas estavam levitando de tanto amor que
seus amados nelas desataram.
Há uma coisa grave na mulher que foi ao clímax de si mesma.
Que não esteja distraído o parceiro ou parceira.
Ela tem mesmo um perfume diverso das demais.
É um cio diferente.
É quando a mulher descerra em si o que tem de visceralmente fêmea, tranqüila que, mais que possuída, possui algo que atingiu raramente.
As outras mulheres percebem isto e a invejam.
Os machos farejam e se perturbam.
É como se estivessem num patamar seguro a se contemplar.
É quase parecido a quando a mulher vive a maternidade.
Mas aqui é ainda diferente, porque na maternidade existe algo concreto se movimentando dentro dela.
Contudo, nessa atmosfera que se segue a uma epifânica sessão de amor, diverso, porque ela está acariciando uma imponderável felicidade.
Estou falando de uma coisa que os homens não experimentam assim.
O gozo masculino é mais pontual e parece se exaurir pouco depois do próprio ato.
Só os escolhidos, os de alma feminina, vez por outra, o sentem prolongar-se dentro de si.
Mas em geral, é diferente.
Terminado o ato, uns até rolam para o lado e dormem como se tivessem tirado um fardo do ombro, outros acendem o cigarro, vestem suas ansiedades e voltam ao trabalho.
É constatável, no entanto, que o homem apaixonado também transmite força, alegria, energia.
Ele oscila entre Alexandre o Grande e o artista que chegou ao sucesso.!
Também brilha.
Mas é diferente.
E não é disto que estou falando, senão do gozo feminino que não se esgota no gozo e se derrama em gestos e atenções por horas e dias a fio.
Freud andou várias vezes errando sobre as mulheres e, por exemplo, colocou equivocadamente aquela questão de que a mulher teria inveja do homem por ser este um animal fálico.
Convenhamos: inveja têm (e deveriam ter) os homens quando prestam atenção no fenômeno que ocorre com as mulheres, que ao serem amadas atingem o luminoso êxtase de si mesmas, como se tivessem rompido uma escala de medição trivial para lá da barreira dos gemidos e amorosos alaridos.
É isso: quando a mulher foi amada e bem amada, ela ingressa nessa atmosfera sagrada, cuja descrição se aproxima daquilo que as santas extáticas descreveram.
Uma aura de mistérios as envolve.
E isso, por não ser muito trivial, por não ser nada profano, talvez se assemelhe aos mistérios gozosos de que muitos místicos falaram.

segunda-feira, junho 28, 2004

Pessoas Invejáveis (I)



Zeca Camargo: viaja o mundo inteiro, conhece inúmeras culturas, e ainda ganha dinheiro para isso!

Coisas excitantes

Em post de seu blog, o Horrendo Adamastor coloca o título TREPAR e esta foto:



E completa:
"O desporto mais radical e que requer mais coragem de todos, na minha modesta e cobarde opinião, é a escalada livre. É aquela que consiste em 'trepar' montanhas com recurso a nada mais que giz nas mãos e ténis de borracha nos pés.


O desporto da imagem em cima é a versão soft e chama-se Deep Water Solo. A escalada é feita sem corda, também, mas apenas até 20 metros e com água por baixo."


sexta-feira, junho 25, 2004

Até eu que não sou portuguesa...



...quase arranquei os cabelos da cabeça com pinça, um a um, de tanto nervoso.

Não sei porquê, mas acabo torcendo por Portugal.

Ivan Nunes escreve em sua Praia: "No plano táctico, Scolari é um discípulo das mais velhas, das mais tacanhas tradições do futebol luso: a vitória sempre miserável, sempre com o crucifixo no lábio e a Senhora de Fátima agarrada contra o peito.(...) É pois Scolari o cretino fundamental."

Não preciso dizer mais nada!

quinta-feira, junho 24, 2004

Delírios de Mestranda



Olhou bem?

Sinta agora a brisa que vem do mar... o cheiro de maresia... o gosto do azeite e daquele vinho de safra maravilhosa...

Você acabou de acordar... são umas 8 horas da manhã, mas já está quente...

Você senta e olha aquela vista...

Só um robe de seda fina cobre o seu corpo...

E aí você cai na real, você está em Belo Horizonte, com frio e cheia de coisa para fazer, sem nem saber mais o que é férias...

É foda!

sábado, junho 19, 2004

Cala a boca, Galvão!

Vale a pena se divertir jogando este joguinho. Até porque muitos de nós brasileiros temos que assistir a TODOS os jogos importantes (futebol, vôlei, Fórmula 1,...)com esta "Ofélia" como locutor! Este "pela-saco" do Ronaldíiiinho!!!!

Com esse joguinho, pelo menos virtualmente, você vai à forra!

Às moscas

Como pode algo tão insignificante ganhar tão grande tamanho? Provavelmente, pelo imenso espaço estar vazio neste momento, uma pequena mosca consegue preechê-lo com sua pequena forma e pequeno barulho (que parecem o de um elefante).
E que barulho!
É incrível! A mosca conseguiu se apossar deste espaço, rondando pensamento, tirando o sossego!
E o sossego? Para quê? Se é bom, por que causa tanto incômodo? Será que um dia ele acaba? Talvez quando termine, nem mesmo se sinta. Quem sabe...
Enquanto essa pequena mosca ágil e inteligente me ronda, penso também na falta que me faria se fosse embora. E no estrago que causaria se permanecesse.

segunda-feira, junho 14, 2004

É, meu caro Sebas...

...impossível não ter empatia por ti. Continuo então a comprovar minha teoria biológica: temos a necessidade de estar "amando" alguém. Tudo bem que este conceito já tem sido por demais discutido, ou mesmo "batido", mas vejo que pessoas tão distintas, de histórias, conceitos e mesmo sexos tão diferentes como você e eu, têm reações e "ilusões amorosas" tão similares.

Após me defrontar com uma situação semelhante à sua (em alguns poucos aspectos importantes e pontuais, é verdade), me vejo desta vez em certa apreensão ao me defrontar com um novo afeto ( mais correto seria o termo em inglês "infatuation", tão próprio para estas situações).

Em todo caso, beijo para ti, Sebastião (este alguém que somente as "entidades da internet" sabem quem realmente seja e que divide conosco suas íntimas experiências ou, quem sabe, fabulosas estórias de amor ;D ). Continue escrevendo suas "experiências"; assim, encaro com mais doçura também as minhas.

Bom saber que não sou a única louca

Tenho uma mania: vacas. Calma! Ainda não sou uma voraz compradora destes belos animais.

A verdade é que adoro estes belos "bichinhos", úteis e graciosos e cuja biologia me fascina desde os primeiros anos de faculdade.

Agora vejo no site Beefpoint que não sou a única louca com esta mania. A diferença é que esta moça fez desta mania sua profissão.



Marleen Felius é uma artista holandesa, nascida próxima à cidade portuária de Rotterdam, e que tem como motivo de sua arte um tema pouco usual entre artistas: bovinos. Desde pequena, Marleen dividia seu tempo entre a escola, onde passava os dias desenhando vacas e cavalos e sonhando em cursar a Academia de Artes Visuais, possibilidade que não agradava a seus pais, que desejavam a ela uma carreira mais usual e com maiores possibilidades de retorno econômico, e estábulos, ordenhando vacas e cavalgando cavalos.

O resto da matéria (acompanhada de entrevista com a pintora) está no referido site.

sexta-feira, junho 04, 2004

Lamúrias bloguísticas

Acredito que se pode escrever as coisas mais profundas quando se está muito bem ou então muito mal. Isso é o que eu acho.

Como ultimamente não tenho escrevido coisa alguma que preste, decidi copiar este texto da Alice.

"VERDADES CINZENTAS DE UM DIA ENSOLARADO:

O dia hoje deve estar sendo lindo para alguém.

Para um casal de namorados deitados sob uma sombra ventilada em Paquetá.
Para um casal de namorados curtindo um sol na praia.
Para um casal de namorados indo ao cinema.
Para um casal de namorados visitando uma exposição no centro da cidade.
Para um casal de namorados namorando na rede da varanda de casa.
Para um casal de namorados que podem fazer qualquer coisa juntos num domingo poético e iluminado como o de hoje.

O dia de hoje deve estar sendo lindo para um casal de namorados.


VERDADES CINZENTAS DE UM DIA ENSOLARADO PARTE DOIS:

O dia de hoje deve estar sendo horrível para alguém.

Para alguém que não tem um namorado perto pra deitar sob uma sombra ventilada em Paquetá.
Para alguém que não tem um namorado perto pra curtir um sol na praia.
Para alguém que não tem um namorado perto pra ir ao cinema.
Para alguém que não tem um namorado perto pra visitar uma exposição no centro da cidade.
Para alguém que não tem um namorado perto pra namorar na rede da varanda de casa.
Para alguém que não tem um namorado perto pra fazer qualquer coisa junto num domingo poético e iluminado como o de hoje.

O dia de hoje está sendo horrível para mim."

Acho que existem pessoas que nasceram para o amor e outras não. Acho que estou no segundo grupo. Não tenho talento para isso mesmo.

Devo me animar quando a TPM passar...

Do Baú

Perdidos na Selva

(Julio Barroso)

Perdidos na selva
Mas que tremenda aventura
Você até jura
Nunca senti tamanha emoção
Meu uniforme brim cáqui
Não resistiu ao ataque
De suas unhas vermelhas
Meu bem, você
Rasgou meu coração
Ooooh!

Eu e minha gata
Rolando na relva
Rolava de tudo
Num covil de piratas pirados
Perdidos na selva

Orangotangos de tanga no tango
Tigres em pele botando a mesa
Papagaios, bem-te-vis e araras
Revoando flores, folhas e varas
Oh! Que calor tropical
Mas que folhagem manera
E sururu carnaval
Deu febre na floresta inteira
Ooooh!

Quando o avião deu pane
Eu já previa tudinho
Me Tarzan you Jane
Incendiando mundos, neste matinho
Ooooh!


Esta histórica música foi uma das principais da Banda Gangue 90, um dos ícones do BRock dos anos 80. De vez em quando o refrão surge em minha mente, acho que principalmente pelo estilo de galhofa da letra. Muito legal, sendo uma das referências deste blog.