quinta-feira, julho 20, 2006

Tempo Perdido

Algo estranho permeia a minha vida: a música "Tempo Perdido" do Legião Urbana sempre toca quando algo importante em minha vida acontece. É tipo a música incidental nas "quebradas-de-cara" do Dawson no finado seriado "Dawson's Creek".

Algo muito sinistro....

Basta ficar um tanto macambúzia e lá está ela, a música.

Hoje não foi diferente. Estou muito pensativa, tensa, coisas dos neuróticos que estão próximos dos 30 anos de idade como eu. Entro nas minhas crises existenciais, choro horrores, saio de casa, me divirto, me fortaleço, subo aos céus e depois volto à reles mortalidade. Me sinto em meio a um formigueiro de gente, lidando com falácias, lugares comuns, atos altruístas, carinhos... tudo num mesmo lugar e momento.

Acho que nós, pobres humanos, estamos perdidos em tudo. Não sabemos a onde vamos, o que realmente fazemos, nada. E eu, que achava que minhas crises existenciais, se abrandariam, hoje desconfio que muito me enganei. O melhor da passagem do tempo, de virar adulto, é ter alguma vida própria, individualidade. Por mais horrível e egoísta que seja, a individualidade é algo que pode trazer algum e inestimável prazer. Mas é algo como marturbação: ter sempre o mesmo e conhecido parceiro fica um tanto chato.

O pior mesmo é sentir a passagem do tempo. O tal "Tempo Perdido". Cada dia mais entendo a dor do Renato Russo ao cantar o verso "Somos tão jóoooooovens...". E a letra é uma puta poesia!!!

Legião Urbana - Tempo Perdido

Todos os dias quando acordo,
Não tenho mais o tempo que passou
Mas tenho muito tempo:
Temos todo o tempo do mundo.
Todos os dias antes de dormir,
Lembro e esqueço como foi o dia:
"Sempre em frente,
Não temos tempo a perder".
Nosso suor sagrado
É bem mais belo que esse sangue amargo
E tão sério
E selvagem.
Veja o sol dessa manhã tão cinza:
A tempestade que chega é da cor dos seus
Olhos castanhos
Então me abraça forte
E diz mais uma vez
Que já estamos distantes de tudo:
Temos nosso próprio tempo.
Não tenho medo do escuro,
Mas deixe as luzes acesas agora,
O que foi escondido é o que se escondeu,
E o que foi prometido,
Ninguém prometeu.
Nem foi tempo perdido;
Somos tão jovens