quarta-feira, maio 19, 2004

Ah, o amor...

Uma amiga me escreve para perguntar por quê não tenho atualizado o "Perdida". Simples: falta de tempo.

O mestrado e a minha crescente introspecção (será que é a maturidade?)têm me feito pensar menos em possibilidades e me entregar a coisas mais concretas.

Fazendo minha atualização sobre o que rola nos meus blogs preferidos, leio uma frase escrita pelo Sebastião: "Só nós compreendemos o que de importante os amores guardam no nosso coração, para quê tentar contar aos outros e obrigá-los a tal massacre?" Me deparei, de forma simples, com algo que tem me pego de surpresa ultimamente: sinto saudades de um alguém que até há pouco "rondava" minha existência. A distância entre os corpos e as coisas da vida levaram a um distanciamento cada vez maior.

Pensei: seria o mestrado (e a falta de tempo e sobra de responsabilidades)? Seria a minha mudança de "status social" a interferir? Ou será que quero algo diferente?

Eu e ele nos conhecemos em circunstâncias profissionais (ambos à época estudantes de veterinária). Ele, um "louco"... muitas vezes inconsequente... carente... e de um senso de humor boboca parecidíssimo com o meu. Eu, uma "louca"... carente... que decidi me arriscar...

A química (feromônios... ocitocina...) inexplicável entre ambos acabou por fazer com que uma coisinha boba se tornasse uma """"relação"""" via DDD por meses a fio...

Sempre que um estava carente, ligava para o outro. Até que, com o passar do tempo, as horas ao telefone acabaram por escassear. É a vida. A ordem natural das coisas...

Mandei um convite por e-mail a todos informando de minha formatura. Ele recebeu. Me mandou uma resposta e pedia minhas "coordenadas" no atual endereço. Inexplicável, não as forneci.

Até quando ficaríamos assim? "Ligados" e separados?

Me dou conta de que foi ótimo para ambos. Uma escola. Talvez pelo inesperado envolvimento... o encontro de duas pessoas carentes...

Teríamos dado certo? Nunca saberei. Mesmo que cheguemos a nos reencontrar, já seríamos outras pessoas. Mudamos. E os amores também.