Neste sábado, 23 de agosto de 2003, o SBT exibiu um de meus filmes favoritos: "Vem Dançar Comigo"(Strictly Ballroom, Austrália, 1992). Cada vez que o assisto noto o quanto o filme é bom. A aparência assusta à primeira vista... a trama é "maluca"... interpretações e figurino são propositalmente exagerados... enfim, tudo para torná-lo uma grande "roubada", mas que acaba para contribuir para seu charme... tudo culpa de seu diretor Bahz Luhrman (este é seu primeiro filme de sucesso internacional... os seguintes como "Romeo & Juliet" e "Moulin Rouge" são muito over para mim).
Esse excesso de "glacê" na cobertura serve exatamente para dar o tom do filme cujo roteiro é realmente muito bom. Uma história um tanto absurda passa então a ser crível.
O filme fala de Scott Hastings (Paul Mercurio... que plástica), um dançarino de salão um tanto "revoltado"... quer introduzir em suas performances "novos passos" não permitidos pela Confederação, ou seja, sair da "mesmice". Por isso, decepciona sua mãe (cujo cabelo parece um algodão doce... antiga campeã do Pan Pacific Grand Prix , competição aguardada por todas as academias de dança e para a qual treinam incessantemente), perde sua parceira de dança (que é tão "afetada" e colorida que mais parece um pavão... assim como todos no filme), pondo em risco seu futuro como dançarino.
As únicas pessoas que o apóiam são o pai (que também foi dançarino e com as mesmas "tendências revolucionárias" levando sua carreira à ruína) e uma obscura aluna da academia de dança de seus pais chamada Fran (cuja parceira nos últimos dois anos, ou seja, desde que se matriculou, é uma moça... muito gorda e desajeitada).
Fran pede a Scott para substituir sua parceira (o que consegue a muito custo) e a história assim como o romance entre os dois se desenvolve.
As melhores cenas são:
- Fran e Scott dançando no terraço da escola ao som de "Time after time" em frente a um letreiro brilhante da Coca Cola;
- Fran e Scott dançando, às escondidas durante o torneio, "Perhaps";
- Scott aprendendo a dançar o "Paso doble" (o que mostra a diferença entre a "dança verdadeira" e aquela "coisa asséptica" mostrada nos concursos de dança de salão pelo mundo... o samba mostrado então.... dá vontade de chorar!).
O filme ganha por ser extremamente humano e também extremamente bem coreografado (o tom correto de exagero) levando muitas vezes o casal principal aparentar estar flutuando em algumas cenas.
E, acima de tudo, mostra o quanto é gostosa e transformadora a experiência de aprender a dançar... ou melhor... desenvolver uma parceria... um sincronismo... com outro alguém.